Partindo do texto escrito no Evangelho segundo Mateus no capítulo 8, iniciando-se no verso 19 temos:
Então, um mestre da lei aproximou-se e disse: "Mestre, eu te seguirei por onde quer que fores".
Jesus respondeu: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça".Outro discípulo lhe disse: "Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai".Mas Jesus lhe disse: "Siga-me, e deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos".
Mateus 9:19-22 NVI
Percebemos neste texto dois diálogos breves e diversos ensinamentos. Começando pelo "mestre da lei" que afirma seguir à Jesus por todos os lugares por onde este for. Este "personagem" faz esta declaração após Jesus dar uma ordem para toda a multidão ao seu redor:
Quando Jesus viu a multidão ao seu redor, deu ordens para que atravessassem para o outro lado do mar. Mt 8:18
Parece-me que Cristo estava exatamente testando a multidão, fazendo separação entre a própria "multidão" e seu discípulos ou seguidores. A multidão não se sujeita a determinações, diretrizes ou ordens. O "mestre da lei" faz uma afirmação, este diz que seguiria a Jesus, mas não atravessa para o outro lado. Se Jesus diz: atravesse! Basta atravessar para demonstrar que o deseja seguir, porém, o "mestre da lei" carecia de destaque, ele necessitava explicitar isto, ainda que não fosse o seu desejo sincero.
Logo após este diálogo, Jesus faz uma declaração que ainda mais faz separação entre a multidão e seus seguidores, conforme o verso 20. Cristo refere-se à forma de vida que Ele e aqueles que o acompanham se sujeitam. Logo após esta brilhante mostra de realidade, um
"outro discípulo" revela o desejo de não seguir estes caminhos apresentados pelo verdadeiro Mestre.
Vejamos este mesmo relato narrado por Lucas:
Quando andavam pelo caminho, um homem lhe disse: "Eu te seguirei por onde quer que fores".
Jesus respondeu: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça".A outro disse: "Siga-me". Mas o homem respondeu: "Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai".
Lucas 9:57-59
Neste texto nós podemos observar de maneira ainda mais sucinta o motivo da declaração de Jesus e o por que da resposta deste "outro". Quando Jesus detalha o seu modo de viver ele o faz ao homem referido por "mestre da lei" em Mateu 8, porém, em Lucas 9, após dizê-lo, o próprio Jesus direciona-se a outro homem e diz-lhe: Siga-me. Ao fazê-lo, este "outro discípulo", segundo Mateus, esquiva-se respondendo que deveria primeiramente sepultar o seu pai. Você já se perguntou o motivo, desta resposta?
A herança era passada de pai para o filho. Esta deveria ser passada somente após sua morte. Este "outro discípulo" não estava pronto para seguir à Jesus sem garantias de um futuro com terras, posses e uma herança terrena que pudesse manter uma família. E caso este jovem, não estivesse em casa na morte de seu pai, se este tivesse outro irmão, a herança e a benção de seu pai, seria dada a este.
Este rapaz esperava, assim como o discípulo que traiu à Jesus, garantias terrenas de uma vida tranquila e próspera. Bem, Jesus estava, como eu disse no início, separando, os ouvintes dos seguidores. Muitos estão buscando um relacionamento com Cristo, esperando suas promessas para esta vida, e promessas de bençãos, riquezas, paz. Até podemos e certamente as ouviremos, mas a maior garantia que Jesus poderia dar aos seus discípulos e a nós era o seu próprio Espírito, e isto Ele o fez.
E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre,
o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês.
João 14:16,17
Esta é a nossa maior e melhor garantia, O Espírito Santo, aquele que nos guia à Verdade, ou seja, ao próprio Cristo. Esta garantia não pode ser compreendida pela multidão, por isso Jesus, sempre que pôde, fez separação entre estes que apenas o ouvem como curiosos e aqueles que o buscam por compreenderem a Verdade. Percebam: O mundo - ou multidão - não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Eles não viam ao próprio Deus encarnado, não o conheciam, mesmo estando com Ele. Saibamos escolher a melhor parte, estar com Cristo.
Quando Jesus chama a Pedro e ao seu irmão André, os dois estavam juntos de seu pai, pescando. Jesus os chama dizendo, ou melhor, prometendo, garantindo algo: Venham, e os farei pescador de homens. Inacreditável para muitos hoje. Cristo, O Deus encarnado, faz uma proposta a dois jovens trabalhadores juntos do seu próprio pai para que estes o sigam sem garantias de ao menos ter um emprego, afinal, pescadores de homens não é uma profissão, é um presente, um dom, um privilégio.
A nossa maior garantia é estar com o nosso Senhor. Infelizmente este "outro discípulo" não pôde desfrutar do mesmo que João, o discípulo, que se intitulava, amado. Este "outro discípulo" nunca soube o quão agradável e sem valor mensurável é reclinar-se no colo de Jesus e ser convicto de seu pleno amor.
Para concluirmos, Jesus, passou 40 dias em jejum e após ser tentado e vencido, os anjos de Deus o serviram. Cristo não clamou pelos anjos, não pediu que estes viessem e muito menos que o servissem, mas, quando nos dispomos a fazer a vontade do Pai, é inevitável, que Ele mesmo, O Senhor, envie os seus anjos e nos sirva, que supra todas as nossas necessidades.
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